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Batman V Superman: A Origem da Justiça | Crítica



O Texto abaixo contém spoilers sobre o filme.

Batman V Superman tem sido um dos filmes mais aguardados dos últimos anos, desde seu anúncio muita gente criou as mais diversas expectativas, principalmente ao passar do tempo e vários nomes foram se confirmando no elenco e personagens foram sendo confirmados no filme.

 A expectativa para ver o filme se deu para todos que curtem heróis e não apenas para que curte quadrinhos, devido ao fato de hoje, o "gênero" filmes de super-heróis vem sendo usado e construído pelas grandes franquias massivamente, como exemplo nas adaptações da Marvel.

Das recentes adaptações de heróis da DC comics (todas sob a tutela do estúdio Warner Bros.), apenas a trilogia do Batman de Christopher Lonan e o mais recente Homem de Aço, tiveram algum destaque, esse último com uma arrecadação bem menos expressiva do que se esperava.
Adaptações como Jona Hex e Lanterna Verde ou não obtiveram conhecimento do público ou viraram motivo de chacota. Mesmo que a Warner já tivesse os direitos de levar esses personagens para telona desde lá pelo final dos anos 90, eles já poderiam ter criado um universo gigantesco e com várias ramificações.

Enfim, foi com esse cenário em mente que fui ver Batman V Superman: A Origem da Justiça.

Não criei tantas expectativas e fui com a vontade de ver o filme em si, de ver o visual, de participar do momento que foi o embate de 2 dos maiores heróis e símbolos da cultura pop, de presenciar Batman e Superman trocando "tapas" no cinema pela primeira vez, pra mim o que tivesse a mais seria lucro.

Até agora o filme tem gerado muita polêmica, as pessoas estão ou amando ou odiando o filme, muitos dos fãs de carteirinha estão dizendo que o filme é perfeito enquanto quem não é tão fã não gosta do filme.

A impressão que fiquei é que a Warner está correndo atrás do tempo perdido e, até que enfim, tomou um posicionamento, o filme teria que ser um sucesso (financeiramente) para que os outros filmes de Aquaman, Ciborgue, Flash e cia fossem viáveis, o estúdio fez a lição de casa adotou o caminho inverso de sua principal rival.
Em um único tiro colocou todos seus principais personagens na tela.




O filme é feito por Fã e para FÃ, não é um filme que é feito para conquistar novos fãs, tem muitas referências e agrada todos que esperavam um filme sombrio como O Homem de Aço.

Muita gente que foi ver o filme levados pelo marketing muito bem feito, ficaram sem entender algumas coisas e a mesma premissa vale para o público infantil. Apesar de ver muitas crianças na sala de cinema não acredito que tenham aproveitado muito do filme.


A trama do filme me pareceu corrida, as coisas vão acontecendo e se "resolvendo" muito rápido até o embate final, deixando algumas perguntas sem resposta propositalmente e alguns momentos que acontecem sem explicação convincente.

O Grande destaque positivo foi Ben Affleck e seu Batman, o homem morcego que é entregue no filme é aquele que foi prometido. Um Batman que já está a 20 anos na ativa, já viveu e sofreu muito, perdeu amigos e viu outros irem para o lado do mal. Em toda trama particular do personagem o fato de vermos pela milésima vez a morte dos pais de Bruce Wayne na tela, é a que foi melhor construída, apenas a menção de que o homem-morcego vai aparecer já cria uma tensão, ele é o detetive, o cara que bate e não tem pena dos bandidos, usa uniforme colante, usa da inteligencia para ganhar do adversário mais forte, enfim, é o Batman. 




O traje convencional é o mais maleável e que permite maior movimentação que nenhum outro batman chegou perto no cinema.

A princesa amazona tem um plot pequeno, mas consistente, não sendo forçado e mostrando, mesmo que em pouco tempo, quem ela realmente é. Uma guerreira. 
O filme solo da heroína, se tiver o mesmo tom, já está muito bem encaminhado.

Um outro personagem de destaque, dessa vez negativo foi Lex, que poderia ser melhor aproveitado. Lex muito desequilibrado, se parecendo mais com coringa. O Grande vilão humano do Superman consegue mexer emocionalmente com os 2 heróis, mas não da forma como os fãs esperavam.

Lex não convence, apesar de entender o desejo do estúdio de atualizar o personagem, como um CEO descolado de uma grande empresa, o personagem foi muito descaracterizado, o Lex que vemos na tela está muito longe daquele que os fãs conhecem e de um vilão a altura do Superman.

Ou não...

Bem, o Superman talvez mereça um vilão como o Lex do filme, pois o personagem continua sendo o mesmo de O Homem de aço, se passaram um ano e meio de sua aparição pública e mesmo assim o personagem não consegue se aproximar do público, nem dos humanos e da humanidade, a ponto de ser manipulado tão facilmente por Lex. Com tanta "Escuridão" no personagem fica difícil criar um combate entre "Dia e Noite" aqui.


A forma como a briga entre os dois nomes principais do filme começa e acaba também foi outro ponto que deixou muita gente descontente, as motivações poderiam ser melhor desenvolvidas, algo de um cunho filosófico, mais adequado a proposta que a Warner está desenvolvendo para o universo DC nos cinemas. O que vemos é uma brincadeira de Lex, que poderia ser resolvida com um pouco de diálogo e bom senso. (Como o Super escuta Lois do outro lado do mundo ou caindo do prédio e não escuta a própria mãe?).
O que não se encaixa, ao meu ver, com a proposta "realista" que o estúdio quer promover.

Outra coisa é que bastaram apenas algumas cartas do vilão para o Batman para que ele desestabilizasse Bruce e uma ameaça banal para que o Superman fosse controlado por Lex. 


As participações especiais dos outros membros da futura liga da justiça foram bem entregues de forma convincentes.

A proposta filosófica do filme do embate entre quem é deus e quem é demônio poderia gerar mais dualidade e também poderia ser melhor explorada.

Uma barra que achei muito forçada foi a menção a família Wayne desde a abertura e fazer com isso seja o motivo para encerrar a briga. Como se deixassem um aviso em neon durante todo o filme "Lembrem disso".

O vilão "final" do filme, Apocalipse foi introduzido de forma muito boa e a batalha contra ele é um deleite aos olhos, ação, sem conversa, sem mimimi e ainda abrindo caminho para o filme da Liga da Justiça.


MAS O FILME É RUIM? NÃO!

Mesmo que muita gente não tenha gostado e suas razões serem válidas, o filme como um todo é bom sim, não é perfeito, mas isso não tira o mérito.

A mão do diretor Zack Snyder pode tem um peso enorme no visual, nas lutas (Slow motion na horinha certa, sem exageros) não há como negar que o filme poderia ser melhor, mas com certeza vou assistir novamente, principalmente com o lançamento da versão estendida.

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