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Mulher-Maravilha, o que fez o filme ser sucesso entre a crítica especializada e o público em geral?




O que historias inspiradoras e que emocionam como O Rei Leão,  O Hobbit e sucessos do cinema como Star wars (Uma nova esperança) e o mais recente Mulher-Maravilha tem em comum? Todos contam a jornada de um herói ou uma "lenda". 

Vocês já devem esperar, mas quero deixar todos avisados que o texto abaixo tem vários spoilers do filme.

Essa jornada foi algo estudado por Joseph Campbell e tema de seu livro, O herói de mil faces, nesse livro Campbell traça um paralelo entre vários pontos em comum nas histórias de heróis e personalidades durante toda história da humanidade, sejam eles mitos gregos, Buda e Jesus, nessa Jornada o herói (mito ou lenda), passa por vários momentos que o faz crescer e se transformar, encontrando aliados e inimigos, passando por provações ao longo do caminho até voltar para 'casa' com um 'elixir', uma recompensa por tudo que passou e prêmio por seu crescimento ao fim da Jornada.

Mulher-Maravilha foi sem dúvida o ponto fora da curva no universo compartilhado da DC nos cinemas, o estudio vinha de 3 filmes que não foram grandes sucessos da crítica e dividia a opinião do público e isso foi fruto de longas mau estruturados e na minha opinião uma falta de objetivo claro durante todo processo de criação (desde roteirização até a edição final), Mulher-Maravilha foi justamente o inverso, o filme parece ter sido concebido como uma das origens da própria personagem, moldada do barro com o maior cuidado e amor.

Talvez o maior trunfo dessa história seja o cuidado em estabelecer a heroína assim como na jornada do herói,  podemos traçar esse modelo a cada parte do filme.

Logo no início já é estabelecida uma nova camada à personagem, ficamos sabendo que ela trabalha no Museu do Louvre, então através de um presente de Bruce Wayne somos levados a um Flashback que conta a história principal do filme.

Acompanhamos Diana ainda criança e junto com ela somos introduzidos à história e mitologia das amazonas, um recurso comum no cinema para envolver o público,  mas que foi utilizado de forma simples, sem se alongar de forma desnecessária, criando os valores que formam a personalidade de Diana. Também vemos que o ímpeto da garota continua o mesmo a medida que o tempo passa. Diana vai se descobrindo e se tornando uma guerreira com a ajuda de sua Tia (sua primeira aliada).

Mas como o longa fala da origem da Mulher-Maravilha e uma das chaves para o filme ser  elogiado tanto pela crítica como pelo público é o fato de Diana, mesmo com as armas e roupa de heroína ainda não ser A muher-maravilha, apesar de ser uma guerreira forte confiante e ter a convicção do que deve fazer, apenas com a aparição de Steve Trevor (que funciona como Gandalf em O Hobbit, sendo o chamado para aventura e o tutor/mestre), serve para revelar um novo mundo e a chance de realizar a missão dada as amazonas. 

Em mais uma etapa da Jornada do herói, a recusa ao chamado vem através de Hipólita, que não quer que Diana se revele para o mundo. Mas Diana está determinada em ir à Guerra, convicta de que Ares, um antigo inimigo das Amazonas é o responsável pelo conflito entre os povos na maior guerra que já existiu até então.

Outro ponto muito interessante foi o tempo em que o filme se passa, associar a Primeira Guerra Mundial ao fato de que Ares estaria de volta se encaixa de forma organica no filme, assim como o combate final também se encaixa na resolução do longa.

Até o momento o que vemos é um primeiro ato bem construido, onde temos a apresentação de Diana, nos envolvemos com sua história e conhecemos seu mundo em particular e que comum a ela.

 A partir do momento que Steve aparece na ilha paraíso começam a acontecer vários pontos de virada na história, que vão se tornando mais significativos a medida que o longa avança.

É a hora em que Diana adentra o Mundo Especial, onde passará por provações encontrará aliados e inimigos. Essa parte condiz com o segundo ato do filme, onde Trevor leva Diana para conhecer os bastidores da Guerra e ela vai obtendo experiências de como funcionam a sociedade e o 'mundo dos homens', Diana vai perdendo sua inocencia ao mesmo tempo que vai reforçando suas caracteristicas mais marcantes, ela começa a entender que ela é diferente dos outros e tem que agir, uma sequência bastante interessante que podemos ligar a esse momento é a cena Terra de Ninguém, onde Diana inspira os soldados ao mesmo tempo que trás para si a responsabilidade de proteger as pessoas.

Diana então chega a Provação suprema quando enfreta Ludendorff e esse é o fim do segeundo ato.

Durante toda a trama a presença de Ares é uma constante, mesmo não se dando diretamente através de uma forma física e essa é mais uma jogada bem elaborada, o fato do espectador ficar na dúvida sobre quem é Ares, se ele é quem aparenta ou apenas um mito prende a atenção até a revelação final, além disso ele é a principal razão das tomadas de decisão de Diana. Ares é o vilão que faz com que a personagem cresça, dentro da construção de personagens, um herói se torna cada vez maior a medida que o vilão é também e grande.

Quando temos a revelação final e Ares surge imponente em tela, serve para fechar o ciclo de crescimento de Diana e sua transformação real em Mulher-Maravilha, Diana consegue vencer Ares devido a todas as suas experiências anteriores e que acompanhamos até o momento. Tudo é encaixado de forma natural.

Após o final, Diana tem seu elixir, ela entende um pouco mais sobre o mundo e está diferente daquela Diana que saiu de Themyscira e mesmo não voltando ao seu mundo natal, Diana agora se tornou a heroína Mulher-Maravilha.

Além do fato de que a história está bem encaixada, não podemos esquecer dos outros elementos narrativos, o roteiro é inteligente, sabendo dosar e localizar piadas que agradam várias faixas etárias, tem doses de ação justas e impolgantes. A Fotografia ajuda a contar a história seja nas cores vivas de Themyscira ou nos tons mais escuros da guerra. Os personagens secundários tem seus arcos contados de forma organica e acrescentam camadas à história.

A Dc/Warner e toda equipe realmente fizeram um belo trabalho em Mulher-Maravilha     

Um comentário

Unknown disse...

No resultado uma surpresa ao ver que o filme funcionou de forma maravilhosa pela grandíssima mescla, acertada, de humor, entretenimento e efeitos especiais. Mulher Maravilha é um dos melhores filmes que estreou o ano passado. É uma história sobre sacrifício, empoderamento feminino e um sutil lembrete para nós, humanos, do que somos capazes de fazer uns com os outros. O ritmo é bom e consegue nos prender desde o princípio. É um dos melhores DC comics filmes gostaría que vocês vissem pelos os seus próprios olhos, se ainda não viram, deveriam e se já viram, revivam a emoção que sentiram. Eu gosto da forma em que ela esta contada, faz a historia muito mais interessante. Gal Gadot é ótima porque mostrou com perfeição a jornada de uma deusa, uma guerreira e uma mulher. Eu recomendo!